Os gays e o rap do improviso

segunda-feira, 21 de março de 2011
Texto de Celso Athayde, publicado em seu site em 11/06/2010

Essa minha convivência atual com o Núcleo de Gays da Cufa, ou melhor (nem sei se é melhor) , mas "politicamente correto" falando, com o Núcleo LGBT me fez, e faz, compreender muitas coisas ou algumas poucas. Se eu estiver errado, me corrijam, afinal nem sei por quanto tempo duram esses termos formais. Isso me lembra um fato que me ocorreu há um tempo atrás numa reunião com as amigas da UNESCO. Eu estava falando sobre os deficientes físicos, quando ao me tocar da "gafe" dita, bati na boca na hora como quem falou bobagem, até que uma delas quase que no mesmo momento me indagou perguntando qual era o problema, referindo-se a minha ação anterior. Prontamente eu respondi: - "Eu quis dizer portadores de deficiência, certo?" Errado! Elas me disseram que falar deficiente físico voltou a ser uma expressão correta. Sendo assim, pra que tanto esforço para achar o termo correto, se ele muda o tempo todo?

Porém, tantas mudanças no nome não foram infelizmente, o suficiente para acabar com o preconceito que nos acompanha a séculos, uma vez que o homossexualismo não seja algo que surgiu nos tempos modernos, existe desde da Grécia antiga, quando vários imperadores gregos foram gays e/ou bissexuais. Eita! O que é que eu estou falando? Ah, já que comecei, agora vou adiante...

A partir da Idade Média, quando a Igreja Católica assumiu o poder do mundo, vários trechos da Bíblia já tinham sido mal traduzidos e, consequentemente, foram, além de tudo, mal interpretados. Claro que nesses casos de interpretação, cada qual com seu cada qual, mas foi aí que começou todo o preconceito, não somente contra os homossexuais, mas também contra negros, outras religiões, etc. Ainda nessa época, a própria Igreja condenava à morte aos gays, as lésbicas, as mulheres que não casavam (pois acreditavam que elas eram bruxas), e foram à caçada de negros africanos para escravizá-los. Se isso é verdade eu não sei, mas considerando que um preconceito injustificável existe atualmente, eu imagino que seja. O Danillo, um rapaz afeminado da Cufa de Salvador-BA, foi quem me presenteou com um livro que falava sobre tudo isso.

Mas chega de histórias. O mundo real é que hoje nós resolvemos criar um grupo de rap gay. Analisando bem, não se tem nada demais, afinal existe grupo de rap de todo tipo: de maconheiro, gospel, de favela, de boy, feminino; enfim, de tudo. Então, por que não de gays? Quem disse que gays não podem cantar rap? Qual é a lógica do preconceito no rap, se já fomos e somos muito discriminados desde o ínicio da nossa história? De tudo que conheço sobre o rap (ritmo e poesia), e desculpa ai, mas disso eu entendo um pouquinho, sei que não se deve ter preconceito em nenhum sentido.
Tamanho é meu conhecimento no mercado do rap, que me dá até o direito de desmoralizar o Rap no Brasil gravando um CD com duas faixas, uma com um puta de um produtor chamado Zé Gon e, talvez, eu também dê uma chance a outro produtor, o Ganja Man, no qual, terão o privilégio de colocar suas mãos na minha arte de rimar. Claro que não canto nada, mas nem sei se precisa mesmo, pois se os caras forem bons, basta fazer uma batida de sucesso e eu falar algumas palavras sobre a base e ai e só deixar o meu estrelato chegar.


Mas voltando ao assunto, analizando em todas as vertentes o significado do rap e a cultura hip hop em si, nada leva a crer , que tenha sentido algum, qualquer tipo de preconceito quanto à orientação sexual de um grupo de rap. Mas como eu não sou gay, e muito menos MC (por enquanto), eu vou é ficando por aqui, deixando esse papo de lado.


Aproveito pra pedir a você uma sugestão de um nome artístico pra mim e encerro o artigo, iniciando uma carreira:

Artista:
Celso Athayde

Nome artístico: Dependo de vocês!

Estilo : Herói (Não desejo ser vilão. Esse sempre se ferra no final)

Produtores: Zé Gon, Ganja Man e Dj Hum (Não vou pagar nada a eles. Os três estão com o burro na sombra)

Gravadora: Não tem, não vou vender cd. Irei apenas colocar na rua e fazer muitos shows com um dos três produtores e meus DJs (Outra, não irei dar entrevista porque não tenho nada pra dizer e minha contribuição mais consciente é não falar uma palavra e meter marra)

Resultado: Sucesso

Postagem original, clicando aqui.

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